A educação desde o surgimento do Estado Liberal, tem sempre lugar central nas discussões sociais, seja para formar cidadãos, plenos, conscientes e livres ou para alienar e manter cada qual no seu lugar. É no bojo destas discussões que a prática docente aparece como um sub-tópico dentro da educação de grande relevância, haja vista que é a partir da forma com que o educador age em sala de aula que ocorrerá em grande parte o aprendizado do aluno.
Pensando um pouco sobre as formas com que um professor pode exercer sua docência, surgem dois sistemas, é válido realçar que estes sistemas não se encerram em si mesmos e que pode haver confluências de um em outro, os dois modelos/sistemas são o técnico-racional e o crítico-reflexivo.
O modelo técnico-racional pode ser identificado com a ciência positivista surgida no século XIX. Este modelo teórico enxerga a relação professor x aluno de maneira dicotômica, o professor é aquele detentor do conhecimento e responsável por transmiti-lo aos alunos, estes por sua vez são considerados como uma tábua rasa e que não trazem consigo nenhum aprendizado, sendo o professor o responsável por inscrever o conhecimento no aluno. Este modelo positivista, que teve Augusto Comte como seu principal teórico, também distinguia incisivamente teoria x prática, isto é, os cientistas são aqueles responsáveis por pesquisar e construir o conhecimento e que se sobrepõem hierarquicamente ao exercício do ensino e da prática docente, funções separadas e que não se cruzam a partir deste sistema.
Em contraponto a este modelo surgiu na segunda metade do século passado o que compreendemos por exercício docente crítico-reflexivo. Para além de ser diferente e contrário ao modelo técnico-racional, a proposta de uma docência crítico-reflexiva perpassa por uma reformulação nos conceitos professor, aluno e escola. Falando um pouco dos educadores, estes devem partir do pressuposto que seus alunos já vão à sala de aula carregados de experiências e aprendizados acumulados, portanto não tábuas rasas simples depósitos de conhecimento, o professor crítico-reflexivo é também um cientista em sua área, pesquisa, constata e descobre novas coisas para a educação. Sua prática docente não coloca seu conhecimento de maneira superior ao conhecimento do aluno.
1 comentários:
Ótimo exercício Rafael! É essa a proposta, que possamos refletir acerca das contribuições e nos apropriar criticamente dos saberes que podem nos auxiliar a construir nossas práticas.
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